UM PEÃO DA SOCIEDADE

Esta sociedade a que eu pertenço,

Usa-me como um simples peão,

Para se divertirem à minha custa,

Fazendo-me rodar sem coração.

De tantas voltas dar, estou gasto,

Mas ainda resisto ao rodopiar,

Não me dou por nada vencido,

Inda irei resistir por mais tempo.

O fio um dia vai partir de gasto,

E eu me libertarei do sacrifício

A que tenho sido assim sujeito,

E deixarei de rodar como peão.

Assistirei ao julgamento final

Dos que me trataram tão mal,

Passarão a ser eles os peões

Duma sociedade de aldrabões.

Ruy Serrano - 24.03.2017

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 23/03/2017
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