AMOR DE PERDIÇÃO

AMOR DE PERDIÇÃO

mata-me

nas matas dos dias

dia-a-dia

adiando folhas

caindo orgia

nas noites desluaradas

desbrilhadas

e penadas

tem pena

tem calma

me acalma

sou só

lua sem sol

toma conta de mim

faz-de-conta

que sim

me diz

agora

sem hora

faz hora

pra não ir embora

jamais

nem mais

isso ouça

nem aquilo

na voz do grilo

triste e aguda

meu deus

me acuda

que eu aqui nesse canto

nem canto

nem durmo

me encanto

na cantiga

da morte

e da vida

que sorte!

Mírian Cerqueira Leite

Mileite
Enviado por Mileite em 20/03/2017
Código do texto: T5947128
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