AMOR DE PERDIÇÃO
AMOR DE PERDIÇÃO
mata-me
nas matas dos dias
dia-a-dia
adiando folhas
caindo orgia
nas noites desluaradas
desbrilhadas
e penadas
tem pena
tem calma
me acalma
sou só
lua sem sol
toma conta de mim
faz-de-conta
que sim
me diz
agora
sem hora
faz hora
pra não ir embora
jamais
nem mais
isso ouça
nem aquilo
na voz do grilo
triste e aguda
meu deus
me acuda
que eu aqui nesse canto
nem canto
nem durmo
me encanto
na cantiga
da morte
e da vida
que sorte!
Mírian Cerqueira Leite