O TRIGÉSIMO SEGUNDO DIA
Chegou o trigésimo segundo dia.
O dia amanheceu chuvoso...
Estava num momento ocioso...
Seu pensamento preguiçoso.
Levantou mesmo assim...
O dia começava, enfim...
Precisava encontrar um fim.
Não se preocupou com a chuva...
Percebeu o dia como uma luva...
Perfeito para seguir em curva.
Assim que olhou da porta...
Sentiu uma vontade torta...
De seguir por outra rota.
Desenhou um avião no espaço...
Jogou em forma de traço...
Viver era um embaraço.
Buscou um olhar diferente...
Algo que fosse surpreendente...
Que iluminasse um dia inconsequente.
Não estava se importando com o risco...
Sabia ser a vida um rabisco...
Enfeitada com flor de hibisco.
Percebeu ser um pensamento estranho...
Fútil, banal e enfadonho...
Daqueles que não se tem nem em sonho.
Perguntou ao seu eu real...
O que seria casual...
Nesse caso tão irreal.
Sim, viu que a chuva que passava...
Escorria pelos sonhos que lavava...
Era só questão de tempo que encerrava.
Como estava muito instável...
Resolveu ser mais variável...
E pedir um conselho amigável.
As vezes quando está assim...
Sente que é preciso sim...
De um recado, uma palavra enfim.
Então pode, por favor...
Desenhar um rumo de teor...
Que lembre paz e valor.
Cite algo sobre acreditar...
Como ser num mundo sem estar...
Um caso a se expressar.
Aqui na calma reflito...
Assim quem sabe persisto...
Ao fim que tanto resisto.
Não sei se é agora...
Não sei se existe hora...
Mas é o que penso por ora.