CAMINHO DA FÉ
Só, no meu silêncio,
Vão-se passos pela estrada...
À natureza, uma trilha,
Num caminho compassado.
As incertezas dessa vida,
Se desnudam nas pegadas...
Sob o já nascente sol,
Que sobe tímido, desconfiado.
E então, na mata escura,
Fez-se um percurso iluminado!
Clareiras, árvores, casebres...
Um rio que rompe o cortado.
Descerro a vista pelos olhos,
De um brilho intenso, renovado,
Nas belezas que me avivam,
O coração descompassado!
“- Vão-se águas cristalinas,
Corram livres pelos campos!
Levem as lágrimas roladas,
Do meu pranto em desatino...
Respiram os ares da minh’alma,
Nessa aurora agraciada,
Cujo vento assopra o voo
Pro renascer de meu destino.”
“- Sou um pássaro, um menino,
Risco o céu dessa existência!
Dizimo todos os rancores
Pelas distâncias percorridas...
Por entre cantos, os encantos,
Renovam-se meus sentimentos,
Reescrevendo noutra estória,
O celebrar da nova vida!”
Sem me aperceber, então,
Aproximou-se o entardecer.
Retornaram-me os temores,
Que sempre trouxe no viver!
Das certezas que perdidas,
Nas estradas que passei...
Pelas dúvidas reavidas,
Nestes passos que andei...
E no silêncio que agora,
Doutro tempo e espaço,
Em penumbra em nova lua,
Eu desfaço este meu nó:
O pensar-me estar sozinho,
Numa trilha, ou num caminho
À natureza... De um homem,
Que jamais esteve só!