VELOCIDADE DE UM RAPTOR

Onde ponho os pés as mãos não chegam

nem onde a asa voa o olho se estende

onde roubo do ferir a sua própria cura

nem onde devolvo o bandido se rende...

Finjo ser artista e nem assim sou sucessivo

demoro na porta e nem por isso a rua espera

moldo o som até tornar argila o grito

domo e nem por isso deixa a fera de ser fera...

Quando ouvires a letra que soma e separa cantar

faça de conta e feitas as contas assuma o que és e o que serás

nunca nunca uma onda virá te contar os segredos do mar

a velocidade de um raptor - saiba - mesmo que corra - nunca terás...

Seja natural no gesto e na coloração

seja o príncipe que ousa reinar sorrindo

seja a rainha que domina as artes do coração

ouça - o tempo manda algo que chega - vem vindo...