O VIGÉSIMO SEXTO DIA
Chegou o vigésimo sexto dia.
Acordou com o pensamento solto...
Teve um ontem revolto...
O hoje prenunciava envolto.
Estava leve e grata...
Contava uma nova data...
Que chegou numa nova carta.
Sabia do conteúdo urgente...
Que a vida cobra da gente...
Que vive o tempo presente.
Era uma carta inquieta...
Que se escreve de forma incerta...
Para um tempo de porta aberta.
Abriu o lacre suavemente...
Temia o conteúdo insurgente...
Que arrasta quem é temente.
Leu a primeira linha...
Entendeu na entrelinha...
A frase que lhe convinha.
Dobrou-a rapidamente...
Guardou-a simplesmente...
Com o pensamento ausente.
De repente ouviu sua voz...
Num grito profundo e veloz...
Num tempo comum e a sós.
Perdeu seu brilho e contraste...
Sente seu mundo numa haste...
Agora, presente, um desgaste.
Conta com um brilho no escuro...
Espera uma luz no muro...
É tudo muito inseguro.
Aquele pensamento influente...
Que estava à sua frente...
Tornara-se um pensar ausente.
Sim, está novamente sem rumo...
Precisa de um novo prumo...
Para deixar de ser taciturno.
Seja um contato do Deus do amor...
Ilumine um rumo por favor..
Faça uma prece ao seu Senhor.
Sim, parece ser necessária...
Uma intercessão primária...
Por essa que é tão secundária.
Ela está em franca andança...
É certo que cabe esperança...
Dê um voto de confiança.
Agora, dorme em paz...
É tempo de luz e audaz...
É hora finita e fugaz.