UM CANTO NA MADRUGADA
Madrugada silenciosa.
Um galo canta:
lamento monótono.
Ouço nitidamente.
Olhos inquietos, despertos
na semi-escuridão do quarto.
Lembro de mamãe dizendo
que sua avó sempre lhe contava:
canto de galo, fora de hora,
sinal de má notícia.
Certas estórias ouvidas na infância
entranham-se na memória
para sempre nos encantam,
assustam, incomodam...
impossível esquecê-las.
Tento afastar pensamentos ruins.
Preciso me livrar da superstição
resgatada pelo canto de um galo
que, sem o saber, me acordou
nesta estranha madrugada.
Poema classificado no 6º concurso Literário de Itaporanga - PB
Alcançada a 52ª colocação, entre 206 poemas inscritos.