UM CANTO NA MADRUGADA

Madrugada silenciosa.

Um galo canta:

lamento monótono.

Ouço nitidamente.

Olhos inquietos, despertos

na semi-escuridão do quarto.

Lembro de mamãe dizendo

que sua avó sempre lhe contava:

canto de galo, fora de hora,

sinal de má notícia.

Certas estórias ouvidas na infância

entranham-se na memória

para sempre nos encantam,

assustam, incomodam...

impossível esquecê-las.

Tento afastar pensamentos ruins.

Preciso me livrar da superstição

resgatada pelo canto de um galo

que, sem o saber, me acordou

nesta estranha madrugada.

Poema classificado no 6º concurso Literário de Itaporanga - PB

Alcançada a 52ª colocação, entre 206 poemas inscritos.

Raphael Cerqueira Silva
Enviado por Raphael Cerqueira Silva em 10/03/2017
Reeditado em 10/05/2018
Código do texto: T5936492
Classificação de conteúdo: seguro