QUERO CHEIRO
Mesmo ímpio, tímido e temido
eu quero, espalhafatoso cheiro má
passeando pela ponta da língua
derramando em meus ouvidos
e fazendo o meu corpo delirar.
Cheiro d'essa volúpia
burlada pela sofreguidão
esse cheiro que se agrupa
no intimo do meu coração.
Eu quero, aquele cheiro cheirado
de gosto molhado pelo segredo
cheiro de amor cedo,
cheiro, todo cheio de enredo.
pelos lábios sensual
pela boca toda tropa
quero cheiro da chatice
d'essa velha vida louca.
D'essa vida fictícia
da volúpia da doidice
quero cheiro do pecado
do amor descontrolado
moldado pela sua boca.
O cheiro da sua pele
e do gosto das entranhas
que leve-me, a esse ápice
do amar que já me arranha
Com essas narinas minhas
cheiro de frente e de lado
que nas nuvens faça-me voar
voando pra todos os lados.
Antonio Montes