O DÉCIMO DIA
Chegou o décimo dia.
Pensou que seria o fim...
Resolveu comprar um jardim....
Repleto de jasmim.
Não pensou o que isso acarretaria...
O que isso significaria...
Nem por qual caminho iria.
Olhou aquelas belas flores....
Comparou—a a sua vida e seus valores...
Nao conseguiu vislumbrar muitas cores.
Cogitou que estava sendo estressante...
Para a compreensão do passante...
Uma passagem tão sem horizonte.
Percebia que aquilo que pensava...
A um outro pensador cansava...
Mas, ainda assim, não se aguentava.
Queria dizer ao mundo...
O seu estado moribundo...
E seu lamento profundo.
Pegou uma pequena flor...
Do jardim de seu valor...
E jogou pelo ar sem cor.
Viu inúmeras pétalas caírem...
Como se fossem partirem...
Ou mesmo de sua vida fugirem.
Agarrou a que sobrou...
Num papel que se elameou...
Com as letras que você grafou.
Não acreditou no que lia...
Você simplesmente dizia...
Que a vida era o que valia.
Voltou em suas anotações...
Refez algumas revisões...
E pensou em suas ilusões.
Não compreendeu o feito...
Tudo estava direito...
Num caminho quase perfeito.
Aqui entra um grito...
De um coração aflito...
Sem tempo no infinito.
Escreva com mais clareza...
Precisar trazer certeza...
A essa que hoje rasteja.
Quem sabe escreve no concreto...
Aquilo que é o certo...
De um pensamento reto.
Distribua tranquilidade...
Leve uma palavra de verdade...
A esse mundo de iniquidade.