O DÉCIMO DIA

Chegou o décimo dia.

Pensou que seria o fim...

Resolveu comprar um jardim....

Repleto de jasmim.

Não pensou o que isso acarretaria...

O que isso significaria...

Nem por qual caminho iria.

Olhou aquelas belas flores....

Comparou—a a sua vida e seus valores...

Nao conseguiu vislumbrar muitas cores.

Cogitou que estava sendo estressante...

Para a compreensão do passante...

Uma passagem tão sem horizonte.

Percebia que aquilo que pensava...

A um outro pensador cansava...

Mas, ainda assim, não se aguentava.

Queria dizer ao mundo...

O seu estado moribundo...

E seu lamento profundo.

Pegou uma pequena flor...

Do jardim de seu valor...

E jogou pelo ar sem cor.

Viu inúmeras pétalas caírem...

Como se fossem partirem...

Ou mesmo de sua vida fugirem.

Agarrou a que sobrou...

Num papel que se elameou...

Com as letras que você grafou.

Não acreditou no que lia...

Você simplesmente dizia...

Que a vida era o que valia.

Voltou em suas anotações...

Refez algumas revisões...

E pensou em suas ilusões.

Não compreendeu o feito...

Tudo estava direito...

Num caminho quase perfeito.

Aqui entra um grito...

De um coração aflito...

Sem tempo no infinito.

Escreva com mais clareza...

Precisar trazer certeza...

A essa que hoje rasteja.

Quem sabe escreve no concreto...

Aquilo que é o certo...

De um pensamento reto.

Distribua tranquilidade...

Leve uma palavra de verdade...

A esse mundo de iniquidade.

NEUZA DRUMOND
Enviado por NEUZA DRUMOND em 21/02/2017
Reeditado em 21/02/2017
Código do texto: T5919780
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