O NONO DIA

Chegou o nono dia.

Mais que viver e sorrir...

Mais que andar e partir...

Queria a vida usufruir.

Não achava tempo...

Faltava contentamento...

E até discernimento.

Propôs um fato engraçado...

Um querer bem forçado...

Em tempo já passado.

Comprou um pedaço de dia...

Negociou sua alegria...

Pensando que passaria.

Assim ficou em paz...

Não pensava mais...

Naquilo que seria um jamais.

Era mesmo uma loucura...

Que não cabia censura...

De sua vida insegura.

Não olhe com olhar de espanto...

Nem julgue de seu canto...

Não pode condenar um pranto.

Não viveu este pedaço partido...

Não chorou este chorar sentido...

Não contou esse tempo retido.

O máximo que pode fazer...

Nas linhas que precisa escrever

É trazer palavras de bem viver

Coloque nas linhas que escreve...

Aquilo que pode ser leve...

E anima um pensamento breve.

Talvez, quem sabe, fale do algodão...

Do sol, da lua, da emoção...

E transforma em nova visão.

Assim, segue a vida do outro...

Que é passagem e vale pouco...

Para um tempo de tempo louco.

Parece ser negatividade...

Mas, pense é uma verdade...

Que segue a humanidade.