O OITAVO DIA
Chegou o oitavo dia.
Saiu de casa bem depressa...
Levava uma vontade expressa...
Precisava de muita pressa.
Ligou para um contato distante...
Aquele que é constante...
Precioso como um diamante.
Contou sua vida, seu pranto...
Falou de seu mundo, seu canto...
Esperou uma voz de acalanto.
Ouviu do outro lado do mundo...
Palavras de consolo profundo...
Que apoia num só segundo.
Prendeu a respiração...
Olhou seu coração...
Chorou de emoção.
O que fazia ali...
Esteve quase a cair...
Ao ponto de sucumbir.
Pegou carona no olhar...
Daquele que fica a vigiar...
Seu tempo e seu caminhar.
Segurou sua mão bem firme...
Até que alguém confirme...
Esse viver que exprime.
Aqui é com você...
Não creio que não possa merecer...
Uma palavra de bem querer.
Todos viajamos no tempo...
Precisamos de muito alento...
Nessa viagem de vento.
Pegue sua agenda de papel...
Desenhe letras ao léu...
Mas fale uma nota de mel.
Que adoce a vida...
Que seja a preferida...
Para uma alma ferida.
Que console um passante...
Que acalme um viajante...
Que seja constante.
Não seja negligente...
Não vê que é urgente...
É socorro indulgente.