O amor e a dor
Um dia fui visitar o jardim do amor;
E após duelar com os espinhos;
Colhi a mais bela flor;
Na volta para a casa,segui pela estrada da vida;
Passei por ruas,becos e avenidas;
foram muitas chegadas e outras tantas despedidas;
Após andar bastante,passei por uma esquina tranquila;
Nela me esbarrei com o amor;
Por ele me encantei e virei seu adorador;
Seu encanto me dominou e me tirou do singular;
No caminho me acompanhou e no meu lar foi reinar;
Por algum tempo a felicidade veio no plural me libertar;
Juntos vivemos dias de eterna primavera;
Adocicamos noites de céu enluarado;
Planejamos o futuro e esquecemos do passado;
Mas como tudo tem um fim,o tempo do amor acabou;
A flor que um dia colhi murchou;
Minha estrada esburacou;
O meu lar desabou;
E até o meu jardim perdeu a cor;
Depois do amor...
Ganhei de presente a dor.
O amor perguntou para a dor:
Dor por quê você existe?
E a dor sem exaltar,respondeu:
Muitas vezes existo porquê sou fruto da sua inconsequência!
E a dor indagou o amor:
E você por quê existe?
E o amor lhe respondeu:
Eu existo para ser fonte de felicidade,mas preciso ser cultivado no plural. Caso contrário não serei fértil. E só assim poderá nascer você.
PS: Alguém que tenta conjugar o amor no plural.