A SAÍDA
Começou assim.
Não havia propósito...
Nem caminho, nem lógica.
Era sem razão, sem fim.
Rasgou um ponto final...
Ligou para o amanhã...
Fez um relato breve...
Pegou o seu jornal...
Leu uma velha notícia...
Anotou um rabisco leve...
Colocou no alto uma prece...
Viveu sem dor ou malícia.
Comprou uma passagem...
Foi para o ponto sem causa...
Refez um desenho raro...
Partiu para sua viagem.
Agora estava sozinho...
Olhou para os lados sem rumo...
Procurou uma nova saída...
Não encontrou o caminho.
Que pena... Queria sair...
Falar uma outra linguagem...
Rever um tempo feliz...
Tomar ônibus e partir...
Não conseguiu seu feito...
Não se fez de rogado...
Era preciso reescrever...
Um tempo de vida perfeito.
Pegou a sua coragem...
Ligou um tempo feliz...
Sentou na praça, sorrindo...
Comprou uma nova passagem.
Jamais desistiria...
Não era seu jeito de ser...
Não veio para desanimar...
É, assim, de novo sairia.
Quantas vezes, fosse necessário,
De que maneira pudesse...
Era seu tempo finito...
Faria um novo itinerário.