Meu Eu
Fui ao encontro de mim mesma e não me reconheci.
Olhei pasma no fundo dos meus olhos
E não pude ver quando e nem como me perdi.
Só sei que pulei.
Só parei quando a profundidade teve fim.
Só parei quando meu Eu me cumprimentou
Lá no fundo de tudo o que havia em mim
E, sereno, me disse: “A hora certa chegou”.
Frustrado, meu Eu contou detalhes de tudo
Andou comigo na estrada que em mim havia
E, paciente, iluminou meu mundo,
Um mundo que dentro de mim, eu desconhecia.
Como eu pudera desconhecer-me de tal forma, eu não sabia.
Só sabia, antes de encontrá-lo, que não era ninguém mais.
Os dias pararam junto da sensação de que inexistia,
Inexistindo mais que o impossível, sem sorrir jamais.
Meu Eu, então, fortemente me abraçou.
Choramos, no fim, lágrimas doces
E se despedindo, me despertou
Dizendo que só ele estaria comigo, por onde eu fosse.