O PRIMEIRO DIA
Seu primeiro dia...
Era dia diferente...
Era para ser quente...
Queria ser gente.
Colocou uma blusa
Olhou um pouco confusa...
Sentiu que era uma intrusa.
Ligou a televisão...
Fez uma oração...
Sentiu uma emoção.
Pensou no passado...
Caiu uma lágrima de lado...
Sentiu o coração trespassado.
Parou por um instante...
Queria ser constante...
Estava exuberante.
Foi ao campo da vida...
Buscou um tempo de lida...
Sentiu que era atrevida.
Não se importou com o fato...
Sabia que era artefato...
Num mundo de puro teatro.
Retirou o agasalho...
Cortou o galho...
Que era seu ponto falho.
Pegou a sua coragem,
Embrulhou numa miragem,
Partiu para uma nova estalagem.
Não temeu o perigo...
Buscou um ombro abrigo...
Aquele que é sempre amigo.
Agarrou—se ao seu amparo...
Contou com seu exemplo raro
Manteve seu dia claro.
Foi aos confins da alma...
Procurou em sua palma...
Encontrou a calma.
Saiu dali contente...
Encontrou—se como gente...
Partiu para a vida, em frente.
Assim foi o primeiro dia...
Espero que não entedia...
A quem aqui lia.
Para não se irritar...
Pensa no seu pensar...
E faça um novo versar...
Pode escrever o amanhã...
Tão simples como uma maçã...
E macio como a lã.