ONTEM

Ontem,

quando a juventude era só uma barricada nas ruas de Paris,

olhei ao meu redor e os visitantes do espaço estavam perdidos,

só nós estávamos nas ruas a beber a poção do futuro,

éramos tão felizes sem ninguém nos contar,

espiávamos por sobre os muros...

Os livros nos contam das marcas e dos passos,

as poesias descrevem o que nós somos sem saber,

as pedras se amontoam e ocupam as cercanias,

os que amam e os que não andam lado a lado

sem perceberem a chuva fina e o raios,

ilusão de ótica entre ricos e pobres...

Os ciganos vão e vem e riem dentes de ouro,

os que sabem do mato que cresce sabem das lâminas,

os que se dizem vegetarianos acasalam sem sentir a carne,

o juízo, bem mais que precioso que a presidência dos Estados Unidos,

a cada dia diminui de tamanho, dizem até que está fenecendo,

ontem éramos as vírgulas que podíamos saltar,

hoje somos os pontos finais nas ruas sem saída...