Noutros braços

Sonolentos versos de quem morre.

Uns amores despedaçados,

uns retratos amassados nos bolsos,

moedas, versos crus e a fúria do universo

amarrotada num trago de cachaça.

O poeta cala.

O poeta, por entre becos.

Perde a hora e a vez.

Foste tu quem perdeu, mulher!

Envelope de amargura e sensatez...

Vai embora, moça!

Vai depressa.

Passos ligeiros.

Portas ligeiras.

Bocas certeiras.

Que o poeta tem pressa em adormecer...

Noutros braços.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 02/02/2017
Código do texto: T5900207
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