Este poema afinal...

Um tal mar se encheu com lágrimas frias.

Que tal ser diferente,

morar na face escura da lua,

sentir na pele o mormaço do tempo,

desistir de vestir-se e andar nua?

Tua pele misturou-se ao reino dos pedaços,

sob as ordens de um monarca que não plantou flores,

viveu mal sob tantos amores,

mas jamais deixei beijar-me à boca.

Desisto. A porta continua fechada para teu sorriso

e calculo que não te caiba, qualquer abrigo,

sem que continues a ter a escravidão na alma.

E se esse tempo passar, dê glórias...

tiveste uma vida sem nenhuma história,

uma mulher fadada a ir-se com a ventania,

desconhecer a alegria e a viver na rua,

qual dama a olhar o céu e não ver nada.

Hoje há um mar cheio de boas lembranças.

O mesmo tempo passou, mas com outros cheiros

e é por isso que meus devaneios se transformam em versos