Melancolia
Fonte solitária
De todo desalento e profunda melancolia
Que encerro e densifico
Em negro túmulo
E cárcere autodeclarado
No cerne do habitat de Brahman.
Mácula tempestuosa
que sopita e atordoa
E veste-se de eternidade:
Mostra-se sob gritos irascíveis que explodem do branco véu
E sobre também as plumas que estendem-se em suspiros (em âmago) gloriosos
Que impede o divórcio
Dessa peremptoria distimia que acinzenta o cântico
E torna-me escrava do sentir impronunciável
E enfadonho e jamais querido.
Que empurra-me à mais vil face
Da derrota e da culpa
E prende-me ao infinito lodo
Do expectar alicerçado em execrável esperança
Neste pântano de tormento ignóbil
Esculturado por ti em argila noturna
Foi ambição minha penetrar.
Não atiro a ti palavras malditas
Tampouco um verbo que pretende maus agouros
Ou qualquer matiz enegrecida:
A ti entrego o único lírio deste penhasco.
Somente espero
Que no nascer do último sol dos três mundos
(Que aqui faz-se primeira luz)
Possa eu deleitar-me
De um sui generis suspiro celestial de aquarela viva.