REFIL
Solto as madrepérolas que cobiçam corações ladrilhados…
Enxugo as faces de seda que desenham as linhas dum rosto
Que chora as alegrias altercadas pelas alegorias do mundo.
Amparo o peito febril que bate e rebate as insônias da noite
Sem o luzeiro que alumia as pardacentas vertigens das ondas
Térmicas de um mar em que seus dons ressoam nas nuvens
O marulho dos torvelinhos que assanham o tom das procelas.
Acaricio as mãos que tremem sob o orvalhar da chuva morna
Que cai sobre o solo úmido das cascatas frias das madrugadas
Ainda dementes e solitárias perante o sacolejo das horas tontas.
Apiado-me dos sertões áridos vítimas da covardia do sol único
Que trancafia sua luz e deixa nos raios apenas o verme tóxico
Que queima o verde das planícies azedas pela fome pungente
Da areia seca e sem o perfume que alimenta as bocas desertas.
Acosso da esperança a saudade que respira dentro da solidão!
DE Ivan de Oliveira Melo