O TEMPO SEM TEMPO
O TEMPO SEM TEMPO
autor: j.r.filho.
Houve um Tempo em que o Tempo não se contava,
E o cosmos enfrentava colossais transformações,
Ao acaso, construíram-se geniais aberrações
Com relevos que a natureza, por si só, criava.
Turbilhão de matéria candente, em convulsão,
Sem noção exata de espaço e geometria:
Prismas sólidos e líquidos no vácuo construía
Moldando o universo e, sempre, em expansão.
O espaço-tempo transcorreu sem contagem
Visto que, o pensamento não havia surgido
Para dimensionar o que fora construído
E poder mensurar do Tempo a passagem.
Num átimo, quem sabe? A Terra surgiu
E, num outro átimo, nela surge a vida.
Depois, veio o homem: besta enfurecida
Tomando à natureza o que ela construiu.
Castores, por instinto, cortam muita madeira
Destruindo a flora fazem seus abrigos,
Já o homem, que pensa, faz mais inimigos
Que irracionais, pois só faz asneira.
O pensamento veio pra definir o homem
Como predador no topo da cadeia;
Melhor seria que, essa fera tão feia,
Fosse a bactéria que habita o rumem.
O pensamento, dádiva que ao homem deu
O poder de ampliar sua capacidade,
Vem sendo utilizado pra fazer maldade
E está construindo, há muito, o jazigo seu.
Amélia Rodrigues-Ba. 26 de setembro de 2016.