O Mesmo Dia
Acordas já pensando em tudo a fazer.
Caminhas sem alegria pelas ruas cheias.
Pessoas apressadas, sem atenção e sem tempo.
Os olhos não visualizam os outros, apenas as telas.
A realidade virtual venceu a factual.
Não há diálogo em longos encontros.
Ocorrem rápidas trocas de mensagens.
A velocidade se impõe à vida e ao trabalho.
Vives sem reflexão e de maneira automatizada.
Gestos rotineiros se impõem no dia a dia.
Apesar da publicidade, não sentes gosto ou desejo.
Esgotado, dormes para recomeçar o mesmo dia.
(Poema publicado no livro Refúgio da Madrugada)
Editora PENALUX 2016