Meninas de Alepo

Movia as mãos trêmulas de vida,

relatos de medo,

escombros de medo,

quimeras de medo,

menina imersa em medo de mulher,

e destroços,

e desertos,

e mais nada.

Morria de medo de almas.

Morria aos poucos,

sem alma,

sem história,

sem sentidos.

Onde andarão príncipes e fadas?

Onde o direito à semelhança predita há tanto?

Estalir de bombas,

exaurir-se em lama,

pulmões de sangue e cal.

Meninas de Alepo.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 20/12/2016
Código do texto: T5858782
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