Meninas de Alepo
Movia as mãos trêmulas de vida,
relatos de medo,
escombros de medo,
quimeras de medo,
menina imersa em medo de mulher,
e destroços,
e desertos,
e mais nada.
Morria de medo de almas.
Morria aos poucos,
sem alma,
sem história,
sem sentidos.
Onde andarão príncipes e fadas?
Onde o direito à semelhança predita há tanto?
Estalir de bombas,
exaurir-se em lama,
pulmões de sangue e cal.
Meninas de Alepo.