Oliveiras e uma Flauta
Enquanto aguardo a chegada de meu cliente do lado de dentro reflito um pouco sobre o início de um novo mês. Fevereiro. Estou na rua cinco, número 64. Ao fundo posso escutar Asa Branca sendo tocada, ao meu fraco sentido auditivo, por uma flauta. Meu cliente é situado em frente a um hospital publico, o que dá um ar de melancolia ao local, apesar das belas e contrastantes oliveiras erguidas junto às calçadas.
Fazem quase 22 anos que aqui estive pela primeira vez, em fevereiro de 1994. Nasci aqui, naquela tarde chuvosa de verão. Agora, com a memória capaz de recuperar um pouco mais de detalhes posso ver o quanto esse lugar é bonito em sua simplicidade. Quieto, ouço apenas o vento, alguns pássaros e aquela melodia, Asa Branca, que ao meu fraco sentido auditivo parece estar sendo tocada por uma flauta.