UMA LOUCA MULHER

Uma mulher subiu num caixote

Em uma pequena praça e fez um discurso

Muitos pararam para ouvi-la

Chamaram-na de louca

Não era candidata a nada

Queria apenas ser feliz

Começou seu discurso bem assim:

“Prá ser feliz

Não preciso de muito

Seja um companheiro, um namorado,

Um amigo, um marido,

Tem que ser inteiro,

Não pela metade,

Tem que ser desses que pode vir a qualquer hora.

De segunda a segunda...

Desses que pode chegar a qualquer momento

E ser bem recebido.

Tem que ser desses homens francos, de peito aberto, direto, transparente,

Que não tenha nada para esconder,

Que não suma de repente, em dias ou horas marcadas.

Tem que ser desses homens que chega contente

Que não me faça triste, em nenhum instante.

Que me faça rir como criança

Que só fale verdades, com sinceridade e alegria.

Ah, só assim mesmo prá não abalar a minha frágil confiança.

Tão dura de ser construída, nesses dias tão incertos e sombrios.

Tem que ser desses homens que golpeia duramente a mentira,

pois ela só serve para ferir sentimentos.

Só isso, eu quero...

Sou muito exigente?!

Será que sou?!

Não devo ser?!

Não, não sou...”

Curvou seu corpo,

em sinal de agradecimento

Pegou seu caixote

E foi embora muito contente!

Terezinha Alves Macedo
Enviado por Terezinha Alves Macedo em 12/12/2016
Reeditado em 17/12/2016
Código do texto: T5850740
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