Muitas vezes perguntam-me porque o poema vem em Sol Menor, ou num Lá distante de qualquer melodia alegre, com Dó de mim e de todos. Respondo em afinação: o que escrevemos nem sempre é aquilo que vivenciamos na hora. O coração ou a mente guarda ou presencia fatos ao léu, deixa-os num cofre e de repente os transforma em versos. Quem há de saber a razão? Assim é a poesia, segue vibrando acordes que espargem sentimentos, sejam alegres ou em sons de leves e pouco audíveis lamentos. Vestida de versos segue a poeta nos caminhos que a vida traça, sem ater-se ao que de real ela passa ou por ser tão realista finge nada ver? Alguém pode isso perceber? Poetizar é sorrir, fingir, ser...seguindo caminhos desenhados ou não, até morrer.
11/11/16
11/11/16