Sine Qua Non

É Sine Qua Non ao Homem:

Ar, água e comida, sem elas não há vida

Trabalho é honra, renda, lida

Morada é teto, canto, acolhida

Mas há faltas letais que nos consomem

Antinaturais, além do sólido e carnal

O amor é Sine Qua Non no tempo atual

A indiferença devora o mundo feito canibal

Seja no hoje, amanhã ou mesmo ontem

Sempre é Sine Qua Non doar-se em doses fartas

E não atirar ao outro migalhas parcas

Que marcam mais do que arame e farpas

Muito acima da névoa cinza onde o mal se esconde

É Sine Qua Non a caridade sem limite

Não apenas no tilintar do metal, mas ser bom ouvinte

Para um dia também receber, por conseguinte

Enquanto as letárgicas consciências dormem

Pois cada um tem um modo de agir, um dom

Eu sigo meus guizos, meu siso, meus sons

São meus elementos Sine Quibus Non.