Travessia
À quem quer que possa pertencer.
A quem me tenha levado, de novo,
o levado tempo que de tão leve, voou.
Agarre o com força. Não o deixe escapar
nem engane a si mesmo. Se fugiu, fugirá
de novo e de novo e de novo.
Faça parecer que não se importa e então,
abra a porta. Travessa, travessia deixará
marcada. Um dia sumirão até tuas pegadas.
Como Deus, saberá que estive ali, não possa
provar que passei; não possa me ver nem mais
me ouvir. Do cálice, embriagado, calei.
Ah, não fique triste, mas se ficar, escrava me poemas.
Quando finalmente puder sentir o que sinto não dirá
o que sente e, tão somente, sentirá muitíssimo.
Autor: Augusto Felipe de Gouvêa e Silva.
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