HEM!?

Penso logo sofro,

Deixo o abandono vou pelo sopro,

Seguindo ao vento,

Até parece que nada ligo,

Restos e raspas ao mijo dos mendigos,

E levo assim minha vida...

Sem subida.

E toda minha calma

Me translada.

O que se sente?

Acaso um homem comum não tem alma?

Acaso um homem rico não tem dó?

Acaso um homem culto não intercambia?

E eu sigo qual espelho?

Tenho acima dos pés, na cabeça,

Uma vida agora na entrega,

Sem dinheiro o que é próprio de quem renega,

Tudo que se tinha material desapega...

Graças a Deus estou assim,

Consciente do tão pouco que se é enfim.

Aqui aberto e fechado,

Sem desdém, me acho,

Meu coração sopapo,

É a vida no desembaraço,

Ali, aqui, está o que sigo:

Tempo, tempo, tempo que vivo.

Omar Botelho
Enviado por Omar Botelho em 22/11/2016
Reeditado em 23/11/2016
Código do texto: T5831630
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