HEM!?
Penso logo sofro,
Deixo o abandono vou pelo sopro,
Seguindo ao vento,
Até parece que nada ligo,
Restos e raspas ao mijo dos mendigos,
E levo assim minha vida...
Sem subida.
E toda minha calma
Me translada.
O que se sente?
Acaso um homem comum não tem alma?
Acaso um homem rico não tem dó?
Acaso um homem culto não intercambia?
E eu sigo qual espelho?
Tenho acima dos pés, na cabeça,
Uma vida agora na entrega,
Sem dinheiro o que é próprio de quem renega,
Tudo que se tinha material desapega...
Graças a Deus estou assim,
Consciente do tão pouco que se é enfim.
Aqui aberto e fechado,
Sem desdém, me acho,
Meu coração sopapo,
É a vida no desembaraço,
Ali, aqui, está o que sigo:
Tempo, tempo, tempo que vivo.