MOTIVO SANTO

Entre nós esta jardineira de palavras,

a poesia que docemente exala

seus motivos mais absurdos,

dar de ver a quem está cego,

dar de falar a quem está mudo,

por no prato de quem deve comer,

retirar de quem deve devolver,

revelar a quem descrê,

evitar o que não deve nascer...

Entre tantos este motivo santo,

manter o fio ligado como rede de sentimento,

a poesia a se transformar no manto

que a brisa põe sobre o vento,

não deixar o amanhã esperando,

nem fazer de hoje o ontem deste quanto,

nem mais, nem menos,

portanto...