NAS MÃOS DO POR ENQUANTO

O vento que corre

Por essas ruas

Tem nos pés o

Chão de outros

Lugares

Desabrocha a

Lembrança que

Repousa no

Canteiro da mulher

De rosto oblongo e

Olhar vazio.O

Pássaro no fio

Soletra em seu

Canto carícias de

Chumbo que

Enrugam os anos,

E assim nas mãos

Do por enquanto

Deixamos de gostar

Do que somos para

Sentir saudade do

Que fomos por mero

Engano.