Homens de fé

Luzes apagadas e tragos solitários de quê?

Carne farta de fartar-se em liturgias e rituais,

carne fraca de espasmos em orgia e bacanal,

hóstia ausente no chão de quem carece de pão e água,

fome e seca no olhar que se esconde sobre a mesa,

troco, trocados, pecúlios guardados onde as pernas escorrem.

Meu Deus!

A hora apressa o ato,

prepara os corpos e

antecede o pranto.

Glórias de massapê,

cortinas de fumaça,

o que é abençoado e maltratado pelo Pai.

Glória a Deus nas alturas e paz na terra entre os homens...

Mas que glória?

Mas que paz?

Homens de fé.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 04/10/2016
Código do texto: T5780829
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