O PRÍNCIPE

De manhã, mal o sol nasça,

erga o peito como um príncipe e caminhe,

da janela do coração quem te ama te verá,

a liberdade é um raio de luz diante dos teus pés,

saiba que a verdade, o impossível, lhe abraça,

estende o braço sobre o teu ombro

e os que te perseguem caem,

delirando, como se viciados

em mentiras, ruindo...

Tua irmã, tua mãe, teus amigos, teus pai,

qualquer um deles te dará o pão fatiado,

estenderão a água como um tapete

e por ali passarás como um lobo na floresta,

o fio que te liga aos cosmos nunca se romperá,

esse tremor em tua voz é Deus te amando,

essa curiosidade é o Paraíso espiando

por teus olhos a vida sobre a Terra...

Cada rei em cada reino construído sobre fossos e ossos

verá seu reino ruir e a célere transformação de paz em guerra

cessará quando os índios da oca celeste voltarem à floresta,

quando, por ser o que és, disseres teu nome, o Príncípe,

e a fenda entre o céu e a Terra se abrir e caírem

as pétalas de juízo sobre homens vivos e mortos...