Imagem: Ana Bailune
CADA VEZ MAIS
Cada vez mais,
Haverá mais ontens nos amanhãs,
E o passado se esticará
Pesando sobre o futuro
E fazendo sombra ao presente.
Façamos da vida uma leve caminhada,
Que a saudade fique bordada apenas
Nas bordas do que foi levado...
Deixemos que o pano que nos cobre
Esteja rasgado,
Para que o céu possa ser visto,
O firmamento, vislumbrado,
Quando o vento ameaçar levar nossos telhados!
Cada vez mais,
As flores que morreram à míngua
Espalharão seus perfumes fantasmagóricos
Pelos jardins que nos esquecemos de cuidar.
Deixemos que ao menos as sementes
Que caíram dos miolos destas flores
Tenham a chance de brotar!
Sejamos nós, entre o céu, as montanhas e o mar,
Caminhemos devagar, mas sempre em frente,
E se houver correntes a arrastar,
Que elas sejam de fantasmas mais contentes...
Cada vez mais, a nossa pele
Há de cobrir-se com as rendilhas do tempo,
Que não impedem o vento de passar,
Mas nos emprestam a ilusão do aquecimento!
-Esquecimento! Abra as asas sobre nós,
Leve consigo, da maneira mais veloz
A vozes temidas do rancor e desalento,
Para que a pele não se enrugue sem motivos,
Para que a morte não se torne, ao fim de tudo,
Apenas o fim dos nossos ressentimentos!
CADA VEZ MAIS
Cada vez mais,
Haverá mais ontens nos amanhãs,
E o passado se esticará
Pesando sobre o futuro
E fazendo sombra ao presente.
Façamos da vida uma leve caminhada,
Que a saudade fique bordada apenas
Nas bordas do que foi levado...
Deixemos que o pano que nos cobre
Esteja rasgado,
Para que o céu possa ser visto,
O firmamento, vislumbrado,
Quando o vento ameaçar levar nossos telhados!
Cada vez mais,
As flores que morreram à míngua
Espalharão seus perfumes fantasmagóricos
Pelos jardins que nos esquecemos de cuidar.
Deixemos que ao menos as sementes
Que caíram dos miolos destas flores
Tenham a chance de brotar!
Sejamos nós, entre o céu, as montanhas e o mar,
Caminhemos devagar, mas sempre em frente,
E se houver correntes a arrastar,
Que elas sejam de fantasmas mais contentes...
Cada vez mais, a nossa pele
Há de cobrir-se com as rendilhas do tempo,
Que não impedem o vento de passar,
Mas nos emprestam a ilusão do aquecimento!
-Esquecimento! Abra as asas sobre nós,
Leve consigo, da maneira mais veloz
A vozes temidas do rancor e desalento,
Para que a pele não se enrugue sem motivos,
Para que a morte não se torne, ao fim de tudo,
Apenas o fim dos nossos ressentimentos!