Perdão, Madalena.
Abre a porta!
Olhar de sangue,
olhar ligeiro.
Se esconde das horas,
se encanta das pernas,
se farta da bunda e dos versículos que precedem o final.
Abre as pernas, moça!
Lábios de amantes.
Beijo ligeiro.
Se explode nas bordas,
se nasce entre as pedras,
se entrega, adulto, adultério que diverte o mancebo.
Abre a bolsa, mulher.
Troco de esmolas e orações bestas
depositadas no chão frio do quintal.
Dízimos e ofertas de carne lambuzada
na porta da casa de Deus.
Perdão, Madalena.