Perdão, Madalena.

Abre a porta!

Olhar de sangue,

olhar ligeiro.

Se esconde das horas,

se encanta das pernas,

se farta da bunda e dos versículos que precedem o final.

Abre as pernas, moça!

Lábios de amantes.

Beijo ligeiro.

Se explode nas bordas,

se nasce entre as pedras,

se entrega, adulto, adultério que diverte o mancebo.

Abre a bolsa, mulher.

Troco de esmolas e orações bestas

depositadas no chão frio do quintal.

Dízimos e ofertas de carne lambuzada

na porta da casa de Deus.

Perdão, Madalena.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 24/09/2016
Código do texto: T5770756
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