Autorretrato

Alegria descompassada nas esquinas,

meninas ensanguentadas nas esquinas,

sirenes e ecos de quem não conhece o silêncio.

Silèncio, senhores!

Moedas e medos no paletó de quem aparece,

legado de sangue nas mãos de quem apetece,

falanges de ébrios e tantas causas comuns,

esquinas de fé e grilhões.

De joelhos, senhores!

Porões.

Esquinas.

Aleluia!

A gente manca,

a gente reza,

a gente peca e faz de conta,

a gente samba,

a gente geme sem emprego e sem amor.

A gente é em cada esquina...

Mas afinal, quem somos nós?

Autorretrato.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 17/09/2016
Código do texto: T5763582
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