Inquietação

Eu só queria ser mais poeta, mais fingidor

Viver a vida sem muitos medos

Sem a incerteza do dia próximo,

Do romper da aurora

Queria fingir mais à medida da razão.

Fingir é palavra certa para a vida

Quem sabe a dor e o medo não sejam fingimentos

Fingimentos desfaçados de idiossincrasias.

Eu poeta sou deveras mentiroso.

Finjo que sou humano, mas podridão eu sou

Meu ser forte tem uma carne fraca.

E o meu desejo de ser quem não sou é irreal.

Eu sonho com coisas menores, cheias de sentido.

Eu almejo uma vida menos parada

Mais vivida, intensa, desprovida da verdade agora.

Mas de mentes voltadas ao instante cheio de incertezas.

E que o raio de sol da manhã seja a prova viva de que estou vivo.

Vivo, meio embriagado e a realidade é minha cama, mas nos meus sonhos o amor e as realizações remontas dormem no chão da sala.

Eu finjo ser outro porque mesmo sendo dia é nele que se escondem as mazelas que a noite já não mostra mais... Acontecem poeta!!

Eu finjo viver e o poeta em mim finge está morto.

Bruxo Gauche
Enviado por Bruxo Gauche em 17/09/2016
Reeditado em 20/07/2020
Código do texto: T5763442
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