Inquietação
Eu só queria ser mais poeta, mais fingidor
Viver a vida sem muitos medos
Sem a incerteza do dia próximo,
Do romper da aurora
Queria fingir mais à medida da razão.
Fingir é palavra certa para a vida
Quem sabe a dor e o medo não sejam fingimentos
Fingimentos desfaçados de idiossincrasias.
Eu poeta sou deveras mentiroso.
Finjo que sou humano, mas podridão eu sou
Meu ser forte tem uma carne fraca.
E o meu desejo de ser quem não sou é irreal.
Eu sonho com coisas menores, cheias de sentido.
Eu almejo uma vida menos parada
Mais vivida, intensa, desprovida da verdade agora.
Mas de mentes voltadas ao instante cheio de incertezas.
E que o raio de sol da manhã seja a prova viva de que estou vivo.
Vivo, meio embriagado e a realidade é minha cama, mas nos meus sonhos o amor e as realizações remontas dormem no chão da sala.
Eu finjo ser outro porque mesmo sendo dia é nele que se escondem as mazelas que a noite já não mostra mais... Acontecem poeta!!
Eu finjo viver e o poeta em mim finge está morto.