Ciúme
Na cama se amavam
Os lençóis brancos
Que cobriam seus corpos nus
Amarrotados
Afastados
Pela irracionalidade de movimentos
Às vezes suaves, às vezes firmes
E de gritos contidos
E faces tensas pelo prazer
Deixavam-se ao final
Pela exaustão se vencer
Passado o passado
O presente se fez
O ciúme extremo
Veneno mortal para o amor
Fugiu ao controle
De um dos amantes
O amor virou ódio
A visão cegueira
A ternura arranhão
A felicidade tristeza
A alegria choro
O murmúrio grito
A conversa discussão
O prazer sofrimento
A segurança tremedeira
O carinho bofetão
Oh ciúme
Some danado
Se vestes
De poder
De paixão
De sedução
De ambição
De contradição
Para transformar o amor em ódio