O homem do menino
Nào faz diferença!
Porões ou sala de estar,
verdades escritas ou deletérios em lábios de santos.
Gente viva!
Viva, moleque,
pelo amor de quem for.
A luz é breve,
a paz é breve,
a glória alterna seus suspiros por entre
pernas adoecidas e cálices de vinho barato nas esquinas.
Não faz diferença!
Pela espada ou pela oração,
Josés e interrogações sob palmos de terra e ouro.
É ouro!
Vive, moleque,
pelo amor dos gametas,
por amor aos próximos.
Filhos da puta.
Não faz diferença!
Porões ou portões,
verdades obscenas que acalentam
a fome de quem reza e espera.
Esperança é bicho extinto e caro demais.
Não faz diferença!
Corre, moleque.
Goza, moleque.
Temos tempo de sobra até que a morte nos separe...
O homem do menino.