Inquietude atroz
Por que essa inquietude atroz,
Nessa alma que está à definhar,
E essa ferina saudade que dói.
No coração que cansou de amar!
Ah, se pudesse chorar o pranto,
E derramar toda lágrima contida,
Desatar de uma vez todos os nós,
E o fantasma da dor que alucina...
Foi-se o tempo de felicidade,
A embalar os sonhos de menina,
Hoje só há doces recordações,
E a tristeza que ora predomina.
Ao ver que está chegando o final,
Sente a vontade enorme de chorar,
Ao relembrar a longa caminhada,
E ver o nada que sobrou no olhar!