por dentro
estou dentro de mim mesmo
o ar me falta, da mesma forma
as palavras se tornam imprestáveis,
porque não é de coisa que se trata,
onde nomes oficializa a existência,
onde nomes lhe dá uma certidão cartorária,
trata-se de uma realiadade desabitada
daquele que descreve, um lugar
sem pegadas, marcos, baliza, letras,
nada que num ato da inteligência
revela dois, não existe dualidade
nesse perímetro do ser, na seu
piso necessário, é somente o vergão
no assoalho da experiencia, terra
sem forma, ou dona, eu não sou
dono, apenas perpasso seu dolorido
cimento de sal e angustia, entranhada
como raiz de uma árvores nas profundezas
do escuro, e uma superfície de pastosa
penumbra sem janela, quem poderá
descer, ornar o caminho com pedra,
fazer uma ponte que protege os
passante das labaredas do fogo, é uma
solidão bruta, sem palavra, somente
a treva, que não escreve, nem se
deixa escrever,