Alcance
Não te lances
Sobre minhas pobres páginas,
Revirando-as
Com teu vento imaginário!
Não sigas por minhas linhas
Com tua unha
Crescente,
Não prenda minhas palavras
Entre os dentes,
Tentando quebrá-las!
Não há nada aqui
Que possas compreender,
Minhas linhas
Não são para ti,
Ou para que alguém me desvende...
Não suponhas, jamais,
Que algum dos teus rótulos
Poderá, um dia,
Classificar o meu sentir,
Não vá dormir
Pensando num jeito
De me descrever
Ou de me redimir!
Não, não perca teu tempo,
Não perca tua vida,
Sequer, um momento
Querendo aconselhar-me
Através da tua visão curta
Que não me alcança,
Não me decifra,
E sempre mente!
Tuas frases prontas,
Tuas exortações
A admoestação
Do teu suposto
Espírito de luz,
Não me diz nada,
Não me seduz,
E principalmente,
Não me deduz!