Garrafa de Tinto
Ratos roendo a rolha perdida
Duas doses de sinceridade
Caindo direto da torneira.
Você tem rosas vermelhas
Em uma garrafa de tinto
Junho não irá florescer.
Caído às portas de Deus
Eu pergunto o por quê?
No silêncio iremos ficar.
Você e eu, nada demais
Promessas são apenas palavras
Escorrendo da beirada do papel.
Indiferença e solidão
Até que não fazem mal
Não sou certo da cabeça.
Embaixo do seu travesseiro
Jaz um poema que há muito escrevi
Rimas de um sujeito quase sem nome.
Luzes opacas na sala de estar
Ratos, rolhas e rosas vermelhas
Um tornado numa garrafa de tinto
Duas doses de sinceridade
Ninguém é capaz de tomar.