ZÉ MODESTO
Zé Modesto queria ser rico
Não pensava em vida modesta
Achava que pra tudo ser festa
Dinheiro tinha que vir meteórico.
Abandonou seu viver honesto
Quis depressa fazer fortuna
Não lembrou que uma tribuna
É destino certo pro desonesto.
Pais e amigos viraram escada
Pro Modesto no alto chegar
Diminuía o que tinha que andar
E pra si ele armava cilada.
Das mulheres só quis os amores
Pra pensar que era o dono
De vidas que no abandono
Jogou sem ligar pras suas dores.
Zé Modesto no mundo do crime
Foi parar e acabou descoberto
Não tinha um amor por perto
E sem amor ninguém se redime.
Zé Modesto voltou pra modéstia
Amigos e amores não teve
Das alturas onde ele esteve
Sobrou uma grande moléstia.
Zé, pra que ter riqueza?
Não basta uma vida boa?
Quem muito o pano ensaboa
Lava a tinta e retira a beleza.