ZÉ MODESTO

Zé Modesto queria ser rico

Não pensava em vida modesta

Achava que pra tudo ser festa

Dinheiro tinha que vir meteórico.

Abandonou seu viver honesto

Quis depressa fazer fortuna

Não lembrou que uma tribuna

É destino certo pro desonesto.

Pais e amigos viraram escada

Pro Modesto no alto chegar

Diminuía o que tinha que andar

E pra si ele armava cilada.

Das mulheres só quis os amores

Pra pensar que era o dono

De vidas que no abandono

Jogou sem ligar pras suas dores.

Zé Modesto no mundo do crime

Foi parar e acabou descoberto

Não tinha um amor por perto

E sem amor ninguém se redime.

Zé Modesto voltou pra modéstia

Amigos e amores não teve

Das alturas onde ele esteve

Sobrou uma grande moléstia.

Zé, pra que ter riqueza?

Não basta uma vida boa?

Quem muito o pano ensaboa

Lava a tinta e retira a beleza.

Silva Edimar
Enviado por Silva Edimar em 04/08/2016
Código do texto: T5718532
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