ATÉ...

Não é o motivo central e nem o periférico

ademais a poesia foi retirada e está nos fundos

os irmãos - que se pensava os cúmplices

passo a passo a palavra vem do ventre

cem menos dez dá noventa - e daí?

uma laranja duas laranjas três laranjas

o pior possível pode se tornar o melhor

vendo ali na praça central e não mudo

cão que late morde porque morde

dilua um litro de sonho num copo

dois meses e meio e nem mais um dia

caço o pavão não por causa das penas

o concílio ergueu uma estátua a Deus

todos os que rezam também se lambuzam

fique- mas não passe da porta

obras no quintal e muros altos

deixe no chão de casa as frutas

geme a chave no gozo da fechadura

ficaram os que sabiam de tudo

li Pound e Pound e Pound e Mallarmé

o mesmo - não mudou nada

sempre ela passa por ali e corre

dizem que a rua está de costas

feiticeiros - que existem existem

sai de dentro da fruta o caldo

tira a mão e põe a cabeça

desde Maio já não é Setembro

chip bem colocado não dói

ama o sabão e odeie a bolha

fica assim:

até...