NESTA MANHÃ

Hoje, mais do que sempre fora,

o poema é um grito de socorro...

A alma que o sol doura

se estende pelas vielas e morros,

o tecido se rasga e se vê o dançar de almas;

no burburinho afetivo contínuo pede calma a calma,

nasce a rosa da aproximação na tarde quente e sacra...

Hoje, mais do que ontem e muito mais que amanhã,

o poema será a última pétala sã,

o canto de sereias a perdidos Ulisses,

por-de-sol depois da iniciática manhã...

Hoje, antes que portas e janelas se fechem, tristonhas,

declaro estar pronto a ler o poema nesta manhã risonha...