ÚLTIMO NORTE
O que impede a eternidade, de permanecer,
é a dissolução do material do viver,
o aço que enferruja,
erosão no casco da tartaruga;
leve um, cem ou um milhão de anos,
lá se vão os mapas, os perfeitos planos,
a lisa pele recebe os parentes, enrugadas rugas...
O que impede o futuro de ser sempre futuro
é o passado que se foi, o presente que aqui está;
o acontecido chora aos pés do muro,
o que acontece sabe o que virá...
Dentro da inexorável máquina que come o tempo,
rege a mesma, esta que a chamamos, Último Norte,
dissolve as moléculas do inexplicável e revoluto vento,
Rainha de única corte, sem passado ou futuro, a Morte...