Passagem.

E o tempo arrasta horas mortas

A cada batida dos ponteiros desacertados

Lá fora, a névoa fria varre a alma da noite finda

E a passos largos corre a escuridão fugindo da luz inevitável.

Os raios áureos rompem o breu,

E os céus já tecem um novo amanhecer,

Onde sonhos e dores germinam.

Mas há sempre um amor que floresce,

Nem que seja na vã ilusão de um coração ingênuo...

O tempo é unilateral e não volta, nem estaciona

Para que suas dores sejam sanadas.

Avança impiedoso, decidido a sarar e ferir em uma tacada só!

Como um rio bravio, leva sedimentos vigorosos.

E corações são rasgados e vozes erguem-se em

Uma interminável verborragia.

E eu aqui estática esperando um dia difícil

Onde o sono espreita-me quando não poderei dormir...

O tempo de sonhar acabou!

A realidade obriga-me a ser forte

No limite da minha fragilidade,

Busco aço nos músculos

Embora eu seja apenas pó!

Elenite Araújo.

Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 14/07/2016
Código do texto: T5697182
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