pátria oca

tal como um sonâmbulo na pátria oca,

acordo de terno vestido de toca,

e vou pra cozinha tomar o meu banho

e me barbear sem dizer quanto ganho

a porta da rua que estava emperrada,

sorria pra mim com a cara lavada,

e na velha adega a garrafa de vinho

não se importava se eu estava sozinho

mas ganhei a rua, os postes e os fios

e a cara do dia não me deu razão

pois minha invenção já zombava de mim

por que eu insistia em ser tão sombrio

se tudo cabia em meu coração,

a farra do não é o despeito do sim?

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 11/07/2016
Código do texto: T5694267
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