Cirandar com o vento

No meio da manhã

surpreendeu-me o vento!

Alegre! Apavorando as folhas,

mexericando meus cabelos,

irriquieto,

afoito para abraçar!

Ah!

Abri meus braços para ele!

Envolveu-me!

Geladinho, familiar;

afoito para segredar...

Conta! Conta, vento!

Conta-me sobre aquele que veio,

e eu não vi!

Sobre aqueles que

choram e riem

do lado de lá!

Conta-me

Sobre estes que eu amo

e não encontro!

Estes que admiro

e não conheço!

Conta-me histórias

de sol, de mar,

de dor e de amor

que intuo em minhas entranhas...

Conta-me destas

gentes distantes

que ignoram medos

e cicatrizes;

dançam e rezam

alegrias e delicadezas

que de lá

ecoam bem aqui,

na minha alma!

Conta-me mais!

Das saudades...

- Vento, vento meu!

Existe em mim, quem

sinta mais saudade

do que os olhos meus?

Conta-me de mim!

De quando me encontras

nestes por aí

voando meus sonhos...

E me leva! Ah! Me leva

cirandar até o pôr-do-sol

neste teu sopro;

neste estremecer,

assim, do nada.

só de puro prazer!

Maisa Schmitz
Enviado por Maisa Schmitz em 10/07/2016
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